
SDG 07
Há uma tensão que não se define pelo choque das lâminas, mas pelo encontro dos olhares. Neste instante congelado, amor e
ódio se confundem, como se fossem a mesma força empurrando dois corpos um contra o outro. A espada caída no chão não
significa rendição. Pode ser um convite, uma hesitação, uma escolha prestes a ser feita.
Ela se inclina para frente, ele permanece firme. Entre os dois, o ar vibra como uma corda prestes a se partir ou a se
harmonizar. O embate físico parece inevitável, mas algo mais profundo se desenha aqui: um duelo que transcende a batalha
e se inscreve no desejo, na ira, no reconhecimento do outro como espelho e oposto.
Talvez a linha entre afeto e confronto nunca tenha sido reta. Talvez seja justamente no atrito que nascem os sentimentos
mais intensos, aqueles que queimam sem consumir, que ferem sem aniquilar. Este encontro é um limiar entre a luta e a
entrega, entre a guerra e a trégua, entre o que repele e o que atrai.
O que acontecerá no momento seguinte? Golpe ou toque? Destruição ou rendição?
A resposta não está na imagem, mas em quem a observa.