
SDG 08
Respiro fundo. O aço frio da armadura pressiona minha pele, lembrando-me de que há um peso maior que o metal sobre meus
ombros. O campo de batalha me chama, e com ele, o inevitável choque entre destino e escolha.
Meu rosto pode parecer calmo, mas dentro de mim, as cores da guerra já se espalham como as pinceladas violentas que
tingem essa imagem. O vermelho da coragem, o azul da dúvida, o preto da certeza inabalável. A arte figurativa do meu
corpo sólido, real, se dissolve nas explosões abstratas ao redor, como se eu já estivesse sendo engolido pelo turbilhão
do desconhecido.
A fusão entre o concreto e o caos é o reflexo do que carrego dentro de mim. Sou guerreiro e sou humano. Sou escudo e sou
pele. A luta não é apenas com a lâmina, ela começa no instante em que aceito que meu nome será escrito na história, seja
como vencedor, seja como vestígio de um tempo que já foi.
Se eu voltar, trarei comigo as marcas de um combate que não se apaga. Se eu cair, que minhas cores permaneçam
espalhadas, porque um guerreiro nunca desaparece, ele se funde ao que vem depois.