Rainhas da Guerra mergulha o leitor em um cenário envolvente da Idade Média, em que a fé cristã e as crenças pagãs se entrelaçam com a brutalidade da guerra e o drama humano.
Essa dualidade espiritual aparece como um dos temas centrais da obr, revelando os contrastes profundos entre dois mundos em choque: os povos cristãos do reino de Cair Guent e os invasores nórdicos, representantes do paganismo viking.
Desde os primeiros capítulos, a protagonista Gwyneth demonstra uma fé cristã profundamente enraizada. Em momentos de desespero, humilhação e sofrimento, ela recorre às suas orações, mesmo quando a presença do Espírito Santo parece distante.
Mas, como essa fé cristã é desenovlvida na obra? Quais são os seus desdobramentos? Vamos conferir mais sobre issso agora!
Paganismo e brutalidade: o retrato dos vikings na era medieval
A devoção cristã é um símbolo de resistência interior em Rainhas da Guerra. Pois, apesar das atrocidades cometidas contra ela e sua irmã Gwenora, é através da fé que Gwyneth ela encontra forças para seguir adiante.
Nesse sentido, Rainhas da Guerra apresenta o cristianismo não apenas como crença, mas como arma espiritual diante da barbárie.
Por outro lado, os vikings, invasores bárbaros e cruéis, representam o mundo pagão, onde os deuses antigos convivem com a sede por sangue, domínio e poder.

As descrições de banquetes, sacrifícios, violência e brutalidade revelam um sistema de crenças que não tem espaço para compaixão.
A cultura nórdica, embora riquíssima em mitologia e tradições, é retratada no livro como antagonista direta da fé cristã, especialmente quando Gwyneth e Gwenora são feitas prisioneiras e submetidas a toda sorte de abusos físicos e psicológicos.
Ainda assim, Rainhas da Guerra não apresenta uma visão maniqueísta. Dentro das fileiras inimigas, há exceções significativas. Um dos vikings, por exemplo, demonstra piedade, bondade e até mesmo protege Gwyneth das garras do jarl Oslaf.
Esse gesto contradiz a imagem do pagão cruel e aponta para algo mais profundo: a possibilidade de virtude mesmo fora dos domínios da fé cristã. O abade Nennius, mentor espiritual das gêmeas, ensina que até mesmo um pecador pode encontrar redenção se houver arrependimento sincero.
Assim, o livro sugere que, mesmo na era medieval, a humanidade podia se manifestar nas formas mais inesperadas.
Fé, tradição e resistência: o legado de Cair Guent
Outro aspecto simbólico importante em Rainhas da Guerra é a própria cidade de Cair Guent, construída sobre ruínas romanas. Ela representa a união entre o passado e o presente, entre a civilização antiga e a nova ordem cristã.
Ao mesmo tempo, a fortificação carrega em si uma herança ancestral, visivelmente marcada por símbolos romanos e pelo espírito guerreiro que tanto os romanos quanto os cristãos adotaram em diferentes momentos da história.
Essa cidade funciona como um bastião da resistência moral e espiritual contra a selvageria pagã, um último refúgio da fé na turbulência da guerra.
A presença do monge Nennius, figura sábia e serena, oferece equilíbrio à narrativa.
Sendo assim, ele representa o cristianismo cultivado, intelectual e compassivo. Seus ensinamentos vão além da liturgia: falam sobre escolhas morais, virtudes humanas e o poder do perdão.
Em contraste, os vikings parecem guiados apenas por instintos e ambições. A tensão entre essas duas visões de mundo é constante, mas nunca estagnada.
Em vez disso, ela impulsiona os personagens à ação, ao amadurecimento e, principalmente, à descoberta do que significa ser verdadeiramente humano.
Em resumo, Rainhas da Guerra vai muito além de uma história de princesas e combates épicos.
É uma obra que mergulha nos conflitos espirituais da Idade Média, trazendo à tona os contrastes entre cristianismo e paganismo em meio ao caos da guerra.
Ao abordar essa dicotomia com profundidade, o livro se destaca como uma poderosa representação simbólica da era medieval, onde coragem, fé e honra são colocadas à prova diante das sombras mais densas da existência humana.
E, no coração dessa batalha entre luz e trevas, surgem as heroínas que dão nome à obra: as verdadeiras Rainhas da Guerra.