Entre os diversos livros medievais que abordam temas como batalhas sangrentas e jornadas interiores, Rainhas da Guerra, de Orlando Paes Filho, destaca-se por retratar com sensibilidade a tensão constante entre a violência e a espiritualidade na Idade Média.
A narrativa acompanha mulheres fortes, que enfrentam os horrores da guerra sem abrir mão de suas crenças, visões e dilemas internos, construindo um universo rico em nuances e simbolismos.
Para que você conheça mais da narrativa espiritua de Rainhas da Guerra, trouxemos algumas informações importantes no livro que reforçam seu teor forte e, paralelamente, sensível.
Vamos conferir?
A espiritualidade como contraponto ao sangue nos livros medievais
Dentro do gênero dos livros medievais, é raro encontrar uma abordagem tão delicada e profunda do ponto de vista feminino. A obra mergulha na brutalidade das disputas por poder, onde cada decisão estratégica pode significar a vida ou a morte.
No entanto, o foco não está apenas nas armas empunhadas ou nos campos de batalha, mas também no que se passa na alma das personagens.
A espiritualidade, seja por meio da fé cristã ou de tradições ancestrais pagãs, aparece como força guia em meio ao caos, oferecendo aos personagens algo mais profundo do que a simples sobrevivência: um propósito.
Ao longo do livro, o leitor acompanha a trajetória de guerreiras que não se permitem ser definidas apenas pela violência. Cada combate é precedido de dúvidas, orações ou rituais que evocam tanto o medo quanto a esperança.
Essa tensão cria uma rica camada de humanidade nas protagonistas, tornando-as não apenas figuras heroicas, mas profundamente reais.
A espiritualidade não é retratada como uma fuga da guerra, mas como um campo de batalha interior. Muitas vezes, é justamente a fé que impulsiona essas rainhas a lutar.
Em outros momentos, ela serve como abrigo para a dor e as perdas inevitáveis. Essa ambiguidade dá ao livro um ritmo contemplativo, mesmo nos momentos mais intensos.
É esse tipo de complexidade emocional e narrativa que coloca Rainhas da Guerra entre os livros medievais que mais se destacam na literatura contemporânea brasileira.
Ecos de Antigos na jornada das guerreiras
Essa dualidade entre guerra e espiritualidade já havia sido abordada por Orlando Paes Filho em sua célebre saga Angus.

Situada em um contexto semelhante , pois está repleto de vikings, conquistas e conflitos espirituais, Angus narra a história de um guerreiro dividido entre a lealdade aos seus deuses e o chamado do cristianismo.
Essa temática ressurge em Rainhas da Guerra, agora sob a ótica feminina. Dessa forma, revela a habilidade do autor em explorar dilemas éticos e existenciais em diferentes personagens e épocas.
Enquanto Angus foca em uma jornada masculina de fé e redenção, Rainhas da Guerra amplia o escopo ao dar voz a mulheres.
Apesar de não serem herdeiras diretas do protagonista da saga anterior, compartilham da mesma angústia: como manter a honra e a espiritualidade em tempos em que a espada fala mais alto que a razão.
Por isso, tanto Angus quanto Rainhas da Guerra consolidam Orlando Paes Filho como um nome essencial entre os autores de livros medievais.
Suas obras capturam não apenas o espírito da Idade Média, mas também seus conflitos internos, emocionais e morais, tornando a experiência de leitura densa, reflexiva e profundamente envolvente.
Gostou da nossa reflexão? Esperamos que sim!
Em breve, retornaremos com novas curiosidades sobre as obras fascinantes de Orlando Paes Filho!
Até a próxima!