A medicina medieval é um dos aspectos mais curiosos (e por vezes assustadores) da Idade Média. Sem o conhecimento científico que temos hoje, os tratamentos de saúde naquela época misturavam religião, astrologia e práticas antigas herdadas dos gregos e romanos.
Embora alguns procedimentos tivessem alguma base lógica, muitos pareciam mais superstições do que cuidados médicos reais.
Sendo assim, vamos falar um pouco sobre a medicina medieval, e como ela foi influente para o período. Por aqui, traremos curiosidades interessantes sobre ela, pois, para muitos, é o primórdio de muita coisa da medicina atual. Confira!
Sangrias: o “remédio” para quase tudo
Durante a era medieval, os médicos acreditavam que o corpo humano era regido por quatro “humores”: sangue, fleuma, bile amarela e bile negra.
Qualquer desequilíbrio entre esses elementos causaria doenças. A partir dessa teoria, surgiram tratamentos que hoje nos parecem bastante estranhos – e até perigosos.
A sangria era um dos tratamentos mais comuns da medicina medieval. Os médicos acreditavam que remover uma certa quantidade de sangue ajudava a equilibrar os humores do corpo e curar doenças.

Sendo assim, esse procedimento era feito com o uso de lâminas ou com sanguessugas aplicadas diretamente na pele do paciente.
Febre, dor de cabeça, problemas digestivos, infecções… praticamente qualquer sintoma era motivo para uma sangria.
O problema é que muitos pacientes enfraqueciam ainda mais, e em casos graves, o tratamento podia acelerar a morte em vez de curar.
Curiosamente, as sangrias continuaram sendo praticadas por séculos, mesmo depois da Idade Média, até que a medicina moderna provou sua ineficácia na maioria dos casos.
Remédios bizarros e Simpatias Religiosas
Além das sangrias, outros tratamentos medievais envolviam ingredientes improváveis: fezes de animais, sangue de virgens, cinzas de sapos, urina e até partes de cadáveres.
Aliás, um exemplo famoso era o “elixir de múmia”, feito com pó de restos humanos – acreditava-se que esse tipo de remédio continha poderes místicos e curativos.
As orações também faziam parte do processo de cura. A Igreja tinha grande influência na vida das pessoas, e muitas doenças eram vistas como castigos divinos.
Por isso, monges e padres receitavam penitências, relíquias sagradas e preces como parte do “tratamento”.
Muitos doentes recorriam a santos padroeiros, faziam promessas ou participavam de procissões na esperança de se curar.
Dessa forma, a medicina da era medieval misturava espiritualidade e ciência rudimentar em proporções quase iguais.
A Medicina Medieval e um Passo Rumo ao Futuro
Apesar de parecerem absurdos hoje, esses tratamentos refletiam o conhecimento disponível na época.
Foi durante a Idade Média, inclusive, que surgiram os primeiros hospitais organizados, geralmente administrados por instituições religiosas.
Médicos árabes, como Avicena, também influenciaram muito a medicina europeia com seus estudos e obras.
A medicina medieval foi o primeiro passo (mesmo que incerto) rumo ao desenvolvimento da ciência médica moderna.
Na verdade, ela revela não só como os antigos lidavam com a dor e a doença, mas também como fé, medo e esperança moldaram os cuidados com a saúde por séculos.