A feitiçaria na Idade Média ocupava um espaço ambíguo entre o medo popular e as crenças religiosas. Durante séculos, práticas ligadas à magia, ervas e rituais populares provocaram tensões entre a população e as autoridades religiosas.
Embora nem todas essas práticas fossem, de fato, associadas ao mal, muitas pessoas, especialmente mulheres, acabaram perseguidas, acusadas de bruxaria e julgadas com base em superstições, boatos ou interesses políticos.
No entanto, como era vista a feitiçaria na Idade Média? Como ela afetou a vida das pessoas da época? Vamos te mostrar tudo isso!
Feitiçaria na Idade Média: A imagem da bruxa e o surgimento dos mitos
Na era medieval, o saber popular e as crenças pagãs sobreviveram, mesmo com o avanço da cristianização na Europa. As pessoas recorriam a benzedeiras, curandeiros e parteiras para lidar com doenças, colheitas e problemas cotidianos.
No entanto, à medida que a Igreja consolidava seu poder, passou a enxergar essas figuras com desconfiança. O medo do desconhecido crescia, e a feitiçaria na Idade Média se tornou um alvo fácil de acusações.

Muitos livros medievais e obras da literatura medieval retratam esse conflito entre tradição e dogma, deixando claro que nem sempre a verdade se impunha sobre a crença ou o medo coletivo.
Ao longo dos séculos, a figura da bruxa ganhou traços cada vez mais carregados de negatividade. A literatura popular transformou mulheres sábias e conhecedoras de ervas em personagens demonizadas.
O uso de plantas medicinais, as rezas de proteção e até a astrologia foram associados ao pacto com o diabo. E assim, surgiram os mitos que moldaram o imaginário medieval.
Muitas dessas ideias vieram de interpretações distorcidas dos ensinamentos cristãos. Além disso, a peste negra, que devastou a Europa no século XIV, aumentou o medo coletivo e gerou um ambiente propício para perseguições.
Quando as colheitas fracassavam ou uma criança adoecia, então, logo se buscava um culpado, geralmente alguém à margem da sociedade. As mulheres idosas, viúvas, parteiras ou com hábitos diferentes tornaram-se alvos frequentes.
Nas aldeias, rumores cresciam rápido. Uma vizinha que criava gatos pretos ou colhia ervas à noite facilmente se tornava suspeita. Em pouco tempo, autoridades locais a prendiam, torturavam e condenavam com base em “provas” frágeis.
Muitas dessas histórias atravessaram séculos e influenciaram profundamente os enredos de diversos livros medievais e até romances históricos atuais, como Rainhas da Guerra, que aborda o peso das tradições e da superstição na era medieval.
A Inquisição e os julgamentos brutais
Embora a feitiçaria já fosse temida antes, foi a partir do final da Idade Média que as perseguições se intensificaram. A Igreja Católica, por meio da Inquisição, então, passou a investigar e punir práticas consideradas heréticas.
Os julgamentos por bruxaria ganharam força entre os séculos XV e XVII, mas suas raízes estavam fincadas na desconfiança medieval contra o que fugia do padrão.
Os inquisidores usavam métodos cruéis para arrancar confissões. Torturas físicas, isolamento e humilhações públicas faziam parte dos processos. Muitos confessavam qualquer coisa para escapar da dor, mesmo sem entender o que estavam sendo acusados.
Os registros desses tribunais revelam um período sombrio, onde justiça e fé se confundiam perigosamente.
Apesar disso, nem toda cultura da época via a feitiçaria como maligna. Os vikings, por exemplo, respeitavam as völvas, que eram sacerdotisas que praticavam magia e realizavam profecias.
Essa visão mais equilibrada sobre o oculto contrastava com a repressão violenta vivida em outros cantos da Europa. Por isso, ao explorar a literatura medieval, o leitor encontra tanto figuras temidas quanto respeitadas, dependendo do contexto e da cultura retratada.
Em resumo, a feitiçaria na Idade Média representa muito mais do que rituais secretos. Ela simboliza o confronto entre conhecimento popular e autoridade, entre medo e poder.
Ao ler os melhores livros medievais, o público encontra personagens que resistem, sofrem e sobrevivem em meio a uma época onde crendices decidiam destinos, onde, muitas vezes, a superstição falava mais alto que a razão.
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Em breve, retornaremos com novas curiosidades incríveis sobre o período medieval, onde se passa Rainhas da Guerra!